sábado, 26 de dezembro de 2009

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Mais uma dose de você

Por que tardes sem você são tão iguais?
Não quero mais que meus momentos sejam banais.
Não quero só viver o anoitecer solitário,
E viajar como um louco missionário.

Fora da normalidade é que é vida sadia,
Poder sentir o gosto de cada dia.
E nascer pra você toda vez que o sol nascer,
sem morrer toda vez que ele se for.

Eu quero amor correndo nas veias,
Eu quero a paixão que encendeia,
O coração do sonhador.
Sonho por ti meu grande amor.

Eu posso estar longe e te tocar,
Eu posso te ouvir sem você falar.
E se eu não te vejo estou cego,
Mas estou certo que eu te encontrarei lá.

Coberta de saudade e voando com a liberdade,
E eu sedento de verdade, querendo te amar.
Na impagável imagem de você no ar.

domingo, 23 de agosto de 2009

Oque é TV?

"s.f. Transmissão à distância, por via elétrica, de imagens não permanentes de objetos fixos ou móveis. / Aparelho receptor dessas imagens. / Estação transmissora (tevê) de programas artísticos, culturais, informativos etc., por meio dessa técnica". - Dicionário Aurélio

Nos últimos dias vimos a televisão brasileira expondo a sua mais pura essência: a disputa comercial pelo controle político do povo.
Após as acusações de desvio das doações da Igreja Universal do Reino de Deus pelo Bispo Edir Macedo e sua cúpula de coordenadores que são sócios da Rede Record de Televisão, estorou uma guerra entre as duas maiores emissoras de TV do Brasil: Globo e Record.
A Globo apresenta evidências e levanta supeitas sobre a origem do dinheiro que é repassado a Record pela Igreja, já que estima-se que 90% da emissora seja do Bispo e os outros 10% de sua esposa. Realmente algo estranho.
Também relaciona o crescimento das empresas dele com as ofertas feitas a Igreja que em 8 anos somou assustadores 8 bilhões em ofertas do mundo inteiro. Acredita-se que todo esse dinheiro não é investido só na manutenção dos templos ou projetos da IURD, mas também em empresas de Edir Macedo, entre outras acusações.
Por outro lado, a Rede Record faz dossiês e mais dossiês sobre as irregularidades - já bem conhecidas e ainda impunes - da Rede Globo, que vão desde golpes em antigos sócios dados pelo já falecido Roberto Marinho até a invasão do terreno do Projac pela emissora. Também se fala de um golpe dado no BNDES nos anos 90, na oportunidade o fundo financiou o que hoje é a Globo Sat em troca de títulos da mesma. Alguns anos depois as ações desvalorizaram tanto que o BNDES teve que se desfazer delas deixando um rombo nos fundos do banco.
De parte a parte fez-se uma guerra na televisão brasileira e nós somos os expectadores e poucos veêm o que realmente há por trás disso tudo, dois grandes grupos empresarias disputando o controle da televisão brasileira, ditando tendências, valorizando o que não tem valor, alienando a população.
Depois de toda essa guerra ideológica nos perguntamos: o que mais há por vir? Em um país marcado pela corrupção política, um país de Renan Calheiros e José Sarney, a informação, que era nossa ultima arma, perde seu sentido de informar e passa a alienar nas tristes chamadas jornalísticas das suas emissoras de TV.
A liberdade de emprensa toma outro rumo, após a ditadura. Passamos anos lutando para falar, hoje nós ouvimos o que eles falam.

sábado, 22 de agosto de 2009

Após a mutação

O foco muda novamente:
Há alguma coisa em nosso caminho.
Nós já não sabemos
para onde ir,
mas continuamos indo.
Há terra em nossas calças
e lama em nossos sapatos,
São pedaços contando a história
de onde passamos,
Pois hoje caminhamos
no asfalto, descalços.
Daqui pra frente nunca mais
seremos os mesmos.
Não importa quem amamos
ou quem nos ama,
Nunca mais amaremos desse jeito.

Fotografias são mesmo
um rápido trasporte para o passado.
Mas os freios...
...não são tão bons,
Ficamos sempre enferrujados.

Não é crível?
Experimente então, explorar o mundo
que há fora do limite dos seus olhos.
Deixe para trás seus amores e desejos,
Deixe seus hábitos e seus medos.
Ao voltar para casa
ainda amará a mesma mulher,
Ainda poderá desejar ter um filho com ela,
Talvez ainda veja televisão aos domingos,
mas não temerá mais o desconhecido.
Você vai querer navegar por ele.
Ouvir o que a imortalidade tem a lhe dizer,
E então não viverá mais do mesmo.

São os homens que fazem a história.
São as histórias que fazem os homens.
Os próximos dias são páginas em branco,
e quando não há mais páginas
a terra nos come.

domingo, 16 de agosto de 2009

Eu

Eu não tenho rótulo,
não tenho marca,
não tenho escudo
nem espada.
Portanto,
não sou produto
ou propaganda,
também não sou guerreiro
nessa guerra,
não defendo quem me engana.
Não, eu não tenho
explicações a dar,
eu tenho muito a fazer
e quase nada a perder.
Eu sonho com o dia
em que todos
que estavam surdos
voltem a escutar,
em que quem estava
mudo nas garras da censura
volte a falar,
em que quem estava cego,
na escuridão da ignorância
volte a ver,
e então, quando acabar
eu poderei morrer
em paz,
sumir na terra e nunca mais
olhar para tráz
sem me ver,
Pois agora o passado vai me ter.
E esse será meu paraíso
sem portões, sem sorriso,
sem anjos, sem adeus.
Que me chamem de ateu
pois sei qual é minha posição
eu quero a verdade,
e o amor é minha religião.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

As novas escolas do crime

Liguei ontem a TV e me deparei com um debate sobre a redução da maioridade penal, questão que já vem sendo batida nos últimos meses tanto no Congresso Nacional quanto nas rodinhas dos que minimamente se informam.
Revemos então, o que nos levou a este tipo de discussão que ao meu ver é desnecessária, visto que se pensássemos com a mesma intensidade em educar melhor nossos jovens não seria necessário prende-los nem em reformatórios e muito menos em cadeias superlotadas.
Vamos a lei. Segundo o sistema jurídico pelo qual somos julgados, há três leis que regulamentam a maioridade penal no país: art. 27 do Código Penal ; art. 104 do ECA; e o art. 208 da Constituição federal. Os três asseguram a imputabilidade penal aos menores de dezoito anos, visto que alguém nesta fase não está pronto para responder pelos seus atos segundo o sistema biológico que não considera a capacidade psíquica do sujeito, somente sua idade.
O artigo 27 do Código Penal foi escrito em 1969, tempo em que alguém menor de dezoito anos não tinha mesmo condições de responder pelos seus atos, devido a pouca informação e a camuflagem que se fazia sobre a questão dos menores infratores. Mas hoje, 40 anos depois, o acesso a informação passou a ser banal, a mídia livre está em todos os lugares nos impedindo de nos "alienar" como no passado, e junto com essa informação vem crescendo também o número de jovens que praticam crimes nas cidades brasileiras. Quase todos os dias nos jornais encontramos um ou dois adolescentes presos por assalto, tráfico de drogas, sequestros e até assassinatos.
Nessas condições, não podemos mais ignorar a capacidade de raciocínio dos jovens, é verdade, mas daí a reduzir a maioridade penal como se essa fosse a solução: tentar criar uma consciência forçada sobre mais uma lei de repressão no país. É demais. O pior é que boa parte da opinião pública defende essa ideia que só nos atrasa, pois esse é o tempo em que devia ser pensada a educação, o lazer, o esporte para nossa juventude, não mais uma forma de repreende-la. Além disso seria ineficaz, visto que pode-se repreender os jovens de 16 que o tráfico alicia, mas o mesmo tráfico vai procurar nos jovens de 14 sua mão de obra. E aí? Redefine-se para 14 a maioridade penal? Leva-se crianças às escolas do crime que são as cadeias para que elas possam aprender com os mestres da contravenção de 30 anos? Não me parece muito lúcido.
Diante deste raciocínio eu compreendo que o "buraco é muito mais em baixo" nessa questão. E que o dinheiro que seria investido nas cadeias bancando mais uma leva de marginais agora mais jovens, seria muito melhor investido na educação ou mesmo na recuperação dos mesmos. Eu tenho 17 anos e não quero ser visto como cidadão consciente dos meus atos apenas nas eleições ou na na ora da punição. Eu quero educação e cultura, não mais responsabilidades e repressões.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Assim eu digo que te amo

Eu quero ouvir suas verdades
e lapidar seus diamantes,
Descobrir como você é bela
todos os dias, a todo instante.

Quero andar até me perder
e me encontrar na tua rua,
te encontrar todos os dias
na minha cama ou na tua.

Toda manhã de domingo
vou te acordar declarando
o amor que eu te dedico
e que vai se renovando

A cada beijo e a cada abraço,
a cada passo e descanço
que dou contigo ao infinito
a cada dia mais nítido,

A cada dia mais bonito
como o castanho do teu olhar,
o amor tão síncero
quanto minha voz roca ao acordar.

E todos os dias eu me lembro de você
E faço confissões ao travesseiro,
coisas que um dia te direi
quando te tiver por inteiro.

13 de julho


Mas uma manhã de segunda-feira
parecida com qualquer outra manhã desse ano.
Talvez até dos últimos anos.
Um café na esquina,
um cigarro no ponto de ônibus,
a sensação de inutilidade
e o conformismo de sempre.
Mas o vento frio desta manhã é diferente.
Acaricia minha pele
me trazendo aquelas vozes
E aquelas confissões
que nunca mais ouvi,
numa sequência quase real
como lembranças datadas
E dotadas do sentimento mais puro que há.

Nós passávamos por baixo da escada
em busca de uma bebida,
um som novo, uma nova droga
que aliviasse nossa sede de ir
para onde o sistema
não pudesse nos pegar.
Nunca mais!

Nunca mais fui até lá,
nunca mais os vi de novo,
e aos poucos
não conseguia mais tocar
minha guitarra assim,
As cordas dela se arrebentaram,
Meus sonhos se quebraram,
eu nunca mais me diverti
as sextas-feiras,
e o dia do Rock nunca mais
foi sexta-feira.

domingo, 12 de julho de 2009

Quando tem-se tudo, tem-se tudo para perder

Sempre me confundo com o mundo.
Às vezes acordo altruísta,
às vezes egoísta como o dono de tudo,
às vezes apenas vejo o dia passar.
E eu já vi este dia inteiro outras vezes,
como a repetição
de um dia cinza qualquer.
Um dia que acorda triste
e na angústia
as horas se arrastam
até a escuridão nos tomar,
e o céu põe-se a chorar,
embassando os vidros,
molhando as calçadas.
Quebrando o silêncio só pra eu ter
uma trilha sonora divina ao escrever.


Lágrimas salgadas,
tão transparentes quanto a chuva.
Mas que não carregam a mesma dor,
A mesma angústia.
Chore por mim, ó céu!
Para que eu não borre mais este papel
E para que eu siga meu caminho para o mar.
Para que minhas lágrimas salgadas
Se sintam em casa.
E não percam mais seu sabor ao se misturar.

sábado, 11 de julho de 2009

Meu lado esquerdo

Eu me rasguei ao meio
E me distanciei do lado esquerdo,
É ele quem sempre me machuca,
É ele que sempre dói.
Foi ele quem me fez olhar sua fotografia
E ouvir sua voz como naqueles tempos.
É ele quem me leva para o outro lado,
Ele me casou com a solidão,
Mas não conseguiu fazer minha mente mudar.
Eu continuo de pé.

Eu não acredito que seja tão ruim
Ficar sem ele e não te pedir pra ficar,
E assim sua voz não vai mais me afetar
Quem me dera não ter mais que esperar.
Ele me fez ser egoísta com o mundo
Enquanto cortava minhas veias por você

Hoje eu não me sinto vazio
Mas também não estou cheio do que você me deu.
Foi tão pouco que só me deixou o gosto
E a nostalgia que você me traz.
E o que você ainda me faz numa noite solitária
Ninguém mais será capaz fazer
Nem mesmo você.
Pois vou jogar meu lado esquerdo na fogueira
Que as suas fotografias vão alimentar.
Nesta poesia não ouve rima
Pois os sons repetidos não me merecem mais.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Alguns dias depois

Alguns dias depois eu tento não mais
Não mais te perdoar e voltar atrás
Não mais olhar para trás e te ver
Mesmo fechando os olhos e vendo você.

Alguns dias depois eu tento não mais
Não mais falar do amor que hoje sinto
Que como um câncer consome minha alma
E com calma me mata sem eu nem perceber.

Aqui não direi mais que ainda é cedo
Ou que você está com medo
De nenhuma lembrança vou falar
Mesmo que as mais belas me ocorram vou me calar.

Aqui também não falarei dos seus olhos
Que tanto já fizeram meu peito sorrir
E hoje fazem meus olhos chorar.

Já passa da meia-noite
Mas hoje não estou à meia-luz
Tropeço nas palavras que não quero usar.

Daqui a alguns dias não lembrarei de você
E pra outros ouvidos estarei a cantar
Alimentarei o ego de outra musa
E você sem sua platéia se arrependerá.

domingo, 21 de junho de 2009

Por todo o pesadelo

Por todo o pesadelo eu gritei,
por todo o pesadelo eu usei
minha própria voz para me acordar
como se a realidade pudesse salvar.

por todo o pesadelo eu fui caçado,
por todo o pesadelo eu rastejei
para fora da minha própria pele
pois nela não podia respirar.

por toda alucinação me vi morrer
nascendo de novo para sofrer
e por toda minha loucura eu procurei
a cura que me faz se rebelar.

eu vi whisky nas mansões,
e vi cerveja nas esquinas,
e o mesmo monstro em cada lugar
a opressão sagrada em cada lar.

dentro de cada um que eu conhecia,
entrando em cada porta que se abria,
por todo pesadelo eu vi tudo
mesmo tendo medo de olhar.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Meia-noite à meia luz

O que fazer à meia-noite?
Quando o sono não me tira para dançar,
Quando as idéias são o rosto da musa,
Quando aquela voz vem me guiar.

Quando o sentimento de vazio é tão grande
Quanto o amor que me enche por dentro.
Quando eu sussurro por aí que a amo,
E espero que ela escute no vento.

O que fazer à meia noite?
Talvez me pergunte até as seis da manhã.
Perdendo mais uma noite por amar
E umas folhas de caderno para me declarar.

A ansiedade é de vê-la novamente,
Parece que vivo para estar com ela.
Quando vai embora começa a agonia,
Esperando que venha o outro dia.

E que eu possa tocá-la mais uma vez,
E olhar outra vez nos seus olhos castanhos
Que parecem dois furacões,
Entrando e me destruindo com suas confissões.

E eu vou caindo noite adentro
Os vendo sempre acima.
Os vendo sempre sorrindo
Como duas obras-primas.

Do peito

Eu abri um buraco negro no teto
Na esperança de fugir da angústia,
Na transição entre o errado e certo
“Apaguei” e fiquei na fissura.

Agora estou de “cara” de novo
Já passaram a onda e o medo,
Mas ficou o mesmo gosto de anis
E o sentimento de angústia no peito.

Precisava falar um pouco...
Minhas palavras, não há mais que segure,
Nada que uns bons versos não levem,
Nada que um bom samba não cure.

O narcisismo deste poeta
Exige a atenção da platéia,
Composta de garrafas vazias
Na ressaca do meu show de estréia.

A primavera do poeta

Será o poeta neutro no mundo?
Será que o poeta não sabe mesmo amar?
Será que a frase mais linda é só verso,
Que nunca aconteceu ou acontecerá?

Será nosso sonho algo tão banal,
Que para um poeta não é coisa de se apreciar?
Será o nosso amor alguma coisa rara,
Que o poeta abstrai para poder falar?

Quando os vidros se quebram ele não sente nada
E ainda encontra inspiração em ver alguém chorar,
Escreve de dentro sem tirar pedaços
E continua vivo se o verso passar.

Parece que a eternidade cabe nessas linhas
E a sonoridade agora ganha o ar,
Mesmo se as "águas de março" levam o verão
Ele encontra a Bossa Nova para se curar.

Mas se o poeta encontrar a primavera
Com uma linda flor ele pode se encantar,
E se ele se perde nessa intensidade
Dentro do próprio verso pode se encontrar.

É aí que o poeta desse do seu salto
E sua imortalidade põe-se a duvidar,
Encontra a poesia como um mortal
E como qualquer outro aprende a amar.

A dor

Ao fim da tarde, eu e minha esposa Tereza, voltávamos pela extinta Treze de Maio. O abismo que havia entre nós denunciava nossa angústia, a dor que sentíamos evidenciava que havíamos deixado um pedaço de nós naquele cemitério.
Não olhávamos para quem passava, já não olhávamos para o céu, já não esperávamos mais nada Dele. Olhávamos apenas para o chão, concentrando nele toda nossa dor, na esperança que ele se abrisse e acabasse com a nossa agonia.
No caminho também não nos olhávamos, de alguma forma víamos um na face envelhecida do outro, que outrora dava tanta felicidade em ver, o rosto daquele menino, que entrava pela sala tomando a benção, que lutava par não tomar banho ates de dormir ou para ir à escola nas manhãs frias, ou mesmo daquele rapaz alto e belo que nos ofereceu o buquê da formatura, como se nós é que tivéssemos feito.
Parece agora que entramos em uma contagem regressiva para reencontrar aquele que prometeu nunca nos abandonar. Vinte e cinco anos de nossas vidas nós tivemos que enterrar para tentar viver o que nos resta e morrer dignamente em outro lugar. Que sentido agora, deve ter nosso miserável resto de vida? O de sofrer e chorar? Ou o de viver a nostalgia eterna daqueles vinte e cinco anos que se foram?
Não sei, me parece agora que isso tanto faz. A droga já faz efeito. Vamos descansar em paz.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Se existe um destino...

Às vezes acho que é melhor parar,
Mas meu espírito me obriga a continuar
Às vezes parece que vou me acomodar,
Mas tenho milhões de motivos pra me indignar.

Os milhões que eles ganham, por exemplo,
Enquanto crianças choram a falta do alimento,
E a hipocrisia que assola minha nação,
E tanta gente sem alma e sem coração.

Não posso parar,
Vai contra minha essência,
Vai contra meu ideal,
É minha penintência...

Lutar eternamente contra um inimigo invísivel
O qual nós vemos o efeito, mas a causa é dificil,
Contra um sistema que teima em se esconder
Nas mentiras dos livros, na ideologia da tv.

Não odeio os poderosos
Aliás, tenho pena deles,
Eles vivem para um sistema
Que tira o melhor deles.

Que embrutece suas almas,
E os fazem explorar seus próprios irmãos,
Eles não podem ver isso
Por isso está em nossas mãos.

Não vamos mais esperar de cima
Que façam algo por nós,
Nós somos os autores dessa obra
Não podem mais calar nossa voz.

Andando perdido mas seguindo você

Eu andei sozinho pelas ruas escuras
Nessa cidade fantasma eu não vejo a lua
Eu cantei por aí ressuscitando velhos sonhos
E vi de novo seus rostos risonhos.

Eu roubei outra vez, pois não tinha o que fazer
E por sorte, outra vez, encontrei você
Nunca matei você nem te tirei dos meus planos
Na verdade você sabe o que está nos matando.

Enquanto estamos esgotados eles vão sorrindo
Será que não percebem para onde estamos indo?
Eles querem sempre mais, e nós damos sem saber
Será que não percebem que vamos morrer... sozinhos?

Obrigado pelas memórias que não são tão boas,
Eu sempre tiro algo útil do que mais me enjoa
Eu prefiro estar só mesmo sentindo medo
Eu me sinto mais humano estando comigo mesmo

Eu olhei outra vez e vi milhões de soldados
De nações diferentes, de diferentes lados...
Eu sou escravo na vida! Isso é o que acontece.
Então encontre meu fim e me liberte.

Enquanto estamos esgotados eles vão sorrindo
Será que não percebem para onde estamos indo?
Eles querem sempre mais, e nós damos sem saber
Será que não percebem que vamos morrer... sozinhos?

Eles estavam perdidos e eu podia ver,
Eu estava sozinho mas sabia o que fazer.
Me dê asas... eu nasci para voar!
Ou me dê um arma... mas eu não sei matar!

Apesar de que tudo se aprende...

E mesmo não levando nada
Eu vou seguir em frente,
E você mesmo cansada
Vai viver para sempre.

domingo, 17 de maio de 2009

Água em pó???????

"Eu - moço , aonde tem agua em pó?
vendedor - a agua em pó ? fica entre a seção de congelados e os potes de haggen daz
Eu - ah valeu mesmo . mas o que eu adiciono mesmo pra fazer a agua ?
vendedor - ...
Eu - ...."

Conversa inteligente entre eu e um empregado do mercado zona sul

Texto sem pé nem cabeça tirado da imaginação de amigo sem noção (Filipe Herrero)

3 horas da tarde

Céu azul, Sol, roupa no varal,
O som das crianças brincando
E espantando o mal.

Aquela viola me soa como uma arpa,
Anunciando a minha entrada no céu
Ou só minha volta para casa.

Cede de água, Cede de paz!
Mergulhando na tranquilidade relativa
E na nostalgia que este dia me traz.

Até quando eu vou deslizar,
De um lado para o outro,
Longe do que a vida pode me dar?

Sinto que antes da noite cair
Eu vou cair
E se eu não me levantar me deixe por aí.

Vivendo mais um dia solitário
Mas muito menos solitário
Do que qualquer outro dia da minha vida.

O melhor de mim

É como procurar um diamante na lama,
Acreditar quando você diz que me ama
E que tudo vai ficar no lugar.

É como não achar estrelas no céu
E desenhá-las em um papel,
Só para não te ver chorar.

É como um nobre sacrifício,
Para mim já não é difícil,
Cortar as veias para te ver ficar.

E ver aquele seu sorriso sínico
Que já tanto me fez chorar,
Mas que ainda sim eu teimo em amar.

Me dê de novo, e de novo,
Eu não me canso de olhar,
E não me importo com o preço a pagar.

E se eu pedir para parar
Não me dê misericórdia,
Eu não quero acordar.

Você está pegando fogo
E me chamando para dançar,
Vou me queimar mas não precisa esfriar.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Alguém de pé num mar de gente ajoelhada

Venho navegando e cantando,
No Mar da Acomodação vou entoando
O hino da insatisfação que traz
O nobre sentimento de quem faz.

E nesse mar de rotina
Não tenho rota definida
Mas com um pouco de fadiga ao andar,
Na estranha calmaria deste mar.

Uns navegavam para lá,
Onde não há com que se preocupar,
Onde não há por que mudar,
Onde ninguém vai se questionar.

E eu de pé aqui, livremente
Indo ao encontro da tempestade
Entrando no olho do furacão
E espalhando minhas sementes

Sou eu,
Alguém de pé num mar de gente ajoelhada,
Alguém dando topada
E aprendendo com a solidão
De ser único.

Seguindo em frente,
Andando docemente,
Jogando minhas sementes
Para que eu viva para sempre.

domingo, 10 de maio de 2009

Trocando uma idéia com Deus

Ah! Se eu pudesse mudar de postura
Não usaria mais sapatos,
E sentiria o chão com os pés.

Ah! Se a vida já não fosse certa
Se não vivessemos tão errado,
Fazendo tudo o que o sistema quer.

Deus, ela pede a você o perdão,
Por eu não te chamar de Senhor
E não se curvar aos seus pés.

Mesmo sabendo que estou ligado a você
Por um laço eterno e fiel,
Eu nasci para resistir ou morrer.

O que está tirando o melhor de nós?
O que me deixa tão perto de você,
E tão longe de saber o que é?

O que você quer então de mim?
Eles não podem estar certos
Se estiverem morarei no inferno
E não me curvarei a ninguém.

Vejo uma outra vida eterna,
Que nem você pode me dar
A dádiva de não ser esquecido
E só morrer quando a humanidade acabar.

Me desculpe se vou contra você
É que você parece tão mal para mim
E parece tão bom para eles.

E minha verdade parece tão mais atraente,
Do que a verdade que foi escrita
Há 2009 anos atrás.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Às vezes

Hoje é o dia em tudo vai voltar pra mim
Eu só queria que o que eu já fiz por você
Também voltasse assim
Nós então, nos fizemos de estranhos
Nos últimos tempos.
Eu sempre tive algo a te dizer sem saber como
Eu lamento!

Pelas ruas da cidade eu ando até me perder
Sem me lembrar de mais nada.
De algum modo lembrando de você
No caminho de casa.

Se seu caminho de casa era tão longo
Quando nós íamos juntos.
Eu não sei o que eu quero dizer
Mas sei que é tão profundo.

Que às vezes
Você ouvia minhas frases
Sem eu não dizer nada.
E talvez...
Esses gestos tão fortes
Dizem mais que as palavras
Que eu queria te dizer
Sem saber
Pena que um dia vamos esquecer.

O que mais se espera
Quando não há mais o que dizer
Virar as costas um pro outro
E esquecer dói demais.

Meus olhos pareciam sangrar
Quando eu cortei minhas veias
Pra você ficar.
Por que havia eu ainda queria
Saber o que nós somos
Mas não sabia como.

Por que às vezes
Você ouvia minhas frases
Sem eu não dizer nada.
E talvez...
Esses gestos tão fortes
Dizem mais que as palavras
Que eu queria te dizer
Sem saber
Pena que vamos esquecer.

Egoísmo

Quanto vale nossas vidas?
Nesse leilão de almas velhas
Amaremos nossa pátria
Somos o futuro da nação,
Faremos com nossas próprias mãos.

No desespero já não olhamos mais para o céu
De pés descalços no asfalto cruel
Onde pisar em sangue é normal
Aprendemos a ignorar,
Não olhar!

Desde pequenos aprendemos a ser hipócritas,
E a trabalhar para ficar rico,
Mas poucos ricos trabalham...
Mesmo assim vamos fazer nosso trabalho
Como se não houvesse nada errado.

Nossa nação zumbi, sempre controlada
Por vampiros egoístas.
E nesse show de horrores
Sempre maquiamos heróis de terroristas sem saber.

Me tiraram o que eu não tinha
Quando me obrigaram a vender minha liberdade
atrás das grades e cadeados
Não estou seguro de verdade,
Pois não estou seguro de mim mesmo.

E assim cobramos das autoridades
Quando nos voltam as atrocidades
Que esquecemos que fizemos
Pois estamos do lado da lei.

Você esqueceu que a culpa é sua
Se a sua cidade está um caos,
Se seu país está uma zona,
Pois é fácil falar
Que Deus nunca abandona
E que tudo vai voltar para o lugar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Poetas e loucos (aos meus amigos e companheiros)

Ó mentes tão livres!
E tão modeladas pelo ideal
Marcam a hipocrisia dos poderosos
Como uma cicatriz de tecido
Nunca reparada.

É imensa a honra de acompanhá-los
Em tais andanças
E compartilhar com vocês desse ideal,
E dessa linda vista do mundo
Que só os pássaros tem
E nós homens de ideal também

Suas palavras sempre me atraem
E me fazem refletir
Vezes por serem as mais insanas loucuras
Vezes por dizerem as mais duras verdades
E principalmente por não serem normais.
Nem se encaixarem em Estado algum,
De nação alguma, de qualquer mundo hipócrita.

Dizendo não a qualquer tipo de opressão
Negando todo tipo de hierarquia
Curvando-se apenas as leis do pensamento
Às vezes nem as da ortografia.

Obrigado por serem meus amigos
Eu sinto suas presenças aqui
Confusas mas intensas,
Intocáveis, mas reais.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

UmHomemDePolistirenoRachado


Dores e medos me partem ao meio,
Mas minha vontade de aprender
Me mantém no mesmo formato
Um belo início de tarde
Com muito a ser feito,
Mas o Sol me derrete
E eu só me desmancho...
E queimo, acabado
Apesar do calor me sinto frio
por dentro...
Sem saudade de ninguém,
Sem me lembrar de nada,
E eu não me lamento
Tentando mais uma vez
Escrever sem tirar um pedaço de mim
Mas eles se soltam
E caem sozinhos...
...No chão!
Há algum tempo encontrei uma cirurgiã
Que me fez uma plástica na alma,
mas o tempo sempre vence
E eu estou gasto de novo
Esperando você chegar novamente
Com sua cola rápida
Para me fazer um só novamente

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Me queime vivo

Eu quero ver o sol mas não consigo,
As janelas da minha alma não se abrem para a manhã.
Eu viro noites olhando para lua
E quando olho nos seus olhos minha pele queima em culpa.

Teu olhar queima minha alma...

Então me queime vivo
Enquanto ainda estou contigo.

A 1ª regência do reino solar,
Ela sempre me governa nas tardes de verão.
O ritual da liberdade nas noites de luar,
Sem teu olhar a noite sempre perde a sensação.

E teu olhar queima minha alma...

Estou menos vivo
Quando não estou contigo.

(Faz mais sentido quando cantada)

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Aprisionados

Voltando para casa, em um começo de noite solitário. Com os olhos cansados mas ainda curiosos, tentando ver além das montanhas de pedra e ferro. Tentando ver um horizonte onde não há.
Voltei então, minha mente para fora de mim, para fora do limite do asfalto, para fora dos muros da cidade. Vi um grande bloco cinza em meio ao verde natural da vida, e notei pela primeira vez o quanto somos pequenos perante as coisas que já existiam e perante as coisas que criamos.
Ficamos presos em nossas cidades, entre nossos muros, nossas grades, com os olhos impedidos de ver a grandiosidade do mundo. Presos em nossas vidinhas medíocres. Ganhando dinheiro, perdendo dinheiro, roubando dinheiro... Desperdiçando nossas vidas nesse ciclo de ir sempre atrás do que logo à frente nós vamos jogar fora. Em um tenis, numa blusa, ou em um desses aparelhos eletrônicos que fazem tudo e não mudam nada.
Eis aí nossa pequenez, mesmo sabendo que temos o poder de destruir todo aquele verde e dobrar o cinza de tamanho, ainda estamos presos aos nossos instrumentos, a essa hipocrísia, a essa ilusão de progresso. Progresso que faz poucos terem muito, muitos terem o mínimo, todos serem nada...
Não é um apelo, poucos irão ler! Pode ser até que ninguém leia ou que quem leia nem entenda. Mas que fique registrado: alguém pensou!

domingo, 5 de abril de 2009

Eternamente

Pela primeira vez não tenho pedras nos sapatos
Acho que não me lembro de não estar incomodado
Hoje não estou.

Estou acomodado e nem sei se isso é bom
Nunca estive assim antes
Quase podendo tocar o som

Ah! o doce som da sua respiração, então...
...Me dê seu ultimo suspiro
Antes de ir embora
Para que você possa respirar eternamente
Em meu coração.

E eu viverei eternamente em seu amor
Depois das chuvas,
Depois do mundo,
Depois de Deus,
Depois de tudo.

Nós voltaremos
Donos do nosso mundo
Do ceio real do nosso amor.

Então me dê seu ar
Para que eu possa respirar em você
Mesmo que não nos vejamos mais

Eu viverei em você e desse ar
E te esperarei do outro lado
Como uma pedra no mesmo lugar.

sábado, 4 de abril de 2009

A cidade (do) "Capital"

Sempre quis um amigo
Ou alguem importante
De pactos divinos
Como irmãos de sangue.
Não fui aceito ou recusado
Aplaudido ou vaiado.
Pela eternidade avante
Com meus irmãos de sangue.
até nos piores lugares
Do inferno de "Capital",
Nessa guerra de porcos
A vitrine do mal.
Malditos senhores
"Donos" desta nação
Como demônios sem alma
E sem coração.
Usando a pátria como decoração
Pintando o quadro da destruição.

Se o passaporte para o céu
For comprar sua redenção
Então eu mesmo rasgo o véu.
Se a entrada do céu
Está nesta construção
Então prefiro ficar longe do céu
Ou até fazer meu caminho para o céu.

Não há amigos reais
Nesse sonho tão completo
Em igrejas se vende a paz
Criam deuses como se fossem animais
Violentando a verdade
Protituindo a liberdade
Dizendo ao povo o que ele gosta de ouvir
Alguém me diga o que preciso ouvir!
Sistema frio e cruel
Que nós mantemos sem saber
Como se ele escrevesse o papel
que nós devemos viver
Mas eu vejo o real...
Da cidade Capital

Envenenados de sangue
Os mosquitos caem derrepente
Como aqueles homens
Embriagados do suor da gente
E é viciados em poder,
Do trabalho não pago
Que vocês vão cair
Com cada centavo.

sábado, 28 de março de 2009

Dentro da minha cabeça

Ela me olhou nos olhos como nunca, parecia decidida pela primeira vez a ser minha. Eu me assustei como qualquer garoto frente a uma mulher. Finalmente ela se tornara uma mulher.
Como estava bela! Já não sabia eu, diferenciar a seda que usava da sua pele delicada. Parecia uma deusa, largara sua aparencia de anjo. Tomara para si a sensualidade do sexo feminino, e suas armas também. Seus olhos grandes me queimavam a alma, entravam na minha cabeça, lendo os mais intimos dos meus pensamentos e trazendo de volta as mais luxuriosas fantasias.
Eu estava perdido! Apaixonado! Louco para tocá-la. Ela era minha, finalmente! Como eu sonhei com esse dia e ela extrapolou as minhas melhores expectativas.
Queria fazer deste momento a mais bela prova de amor, para minha amada. E fiz! Éramos um naquele momento, sentiamos o mesmo, ouviamos sem que o outro abrisse a boca. - Eu te amo! Eu te amo! - diziam nossos corações numa sincronia incrível. Ela estava dentro da minha cabeça e nunca mais ia sair. Lembraria daquele momento até o fim dos meus dias. Meu primeiro amor! Meu maior amor! O mais belo,o mais quente... o mais "amor" dos meus amores.
Abri os olhos no outro dia e não a vi, não a senti em meus braços e nem em meus lençóis. Estava sozinho novamente. Eu e meu colchão frio. Mas ainda com aquelas lembranças. Eu a amava mais do que ontem, ela me deu o melhor sonho da minha vida! Eu lhe darei as melhores lembranças!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sobre os olhos dela (à uma musa nunca beijada)


Lembro-me da primeira vez em que nossos olhares se cruzaram. Eu olhei em teus olhos afim de violar-te os sentimentos, você olhou os meus só por olhar, nada mais.
Olhei profundamente nos seus e descobri que tinham a profundidade de um oceano e que seus sentimentos estavam escondidos bem no fundo deste, que eu não tinha fôlego para chegar nem a metade.
Perdi-me em seus olhos. Os meus vidraram nos seus, e ... não me lembro mais. Mas sei que mesmo me olhando com tamanha inocencia leu meus pensamentos e roubou-me o coração.
Desde o principio não sei nada de você mas sabes tudo de mim.
Toda vez perco-me em mar, e você me rouba o coração.

(Escrito originalmente em um caderninho vermelho, em algum dia do mes de junho do ano passado.)

Minhas palavras vazias

Acabo de notar que escrevi muito hoje,
Noto também que quase nada faz sentido,
Oque eu faço não faz sentido,
Nada do que eu fiz, faz sentido.

Observando bem, sou certas vezes contraditório,
Minhas atitudes não correspondentes aos fatos,
Minhas linhas burocráticamente corretas,
Minha vida simplesmente errada.

Me olho no espelho não vejo oque dizem,
Não sou forte, nem belo
Talvez malandro, não esperto
Nunca feliz.

E essa noite me questiono,
Se realmente foi eu quem escreveu tudo isso,
Ou se apenas reproduzi
Mensagens do povo.

Mensagens de sempre,
Perguntas completas,
Respostas vazias,
Palavras antigas.

Poderia ser uma prosa
Mais são versos,
Talvez porque cada um fala por si só,
Talvez por não achar um jeito melhor.

5:30 AM

Segunda-feira, cinco e meia da manhã. Acordado com uma violenta azia causada pelo veneno que me mantem respirando. Parece que há um incendio dentro de mim que queima não só o estomago mas também minha alma. Talvez um copo d'água resolva.
Nem pensar em dormir mais, mesmo tendo dormido apenas 3 horas e meia, essa maldita insônia depreciva, que deprecia minha alma não vai me deixar descansar.
Agora não tenho mais aquela azia, são 5:40 da manhã, não há ainda, nenhum raio de Sol. Mergulho então na escuridão do meu medo e tento combate-lo sozinho. Luta desigual! São tantos medos e tão pouca força. Tenho medo de morrer sem viver o bastante, sem ver o bastante, sem aprender o bastante, sem amar o bastante...
Aliás, amar é o mais dificil de fazer neste meu mundo. Por mais que nós tentemos demonstrar eles estão sempre nos oprimindo. Como se não pudéssemos amar neste planeta. Amo sozinho então, no meu quarto mesmo, e ela sabe que é amada.
O silêncio me destrói, o tic tac do relógio é assustador, parecer estar dentro da minha cabeça, intenso no som, lento no tempo, 5:45. Quanto tempo falta?... Quanto tempo falta para acabar minha agonia? Um ano? Um mês? Uma semana? Um dia? Apenas o tempo do sangue escoar se eu quiser...
Mas parece infinita! Sem saída! A morte talvez? Não, sou covarde demais para para tentar um suicidio. Mas talvez seja mais covarde ainda quando se trata de agonizar como estou agora, pelo resto dos meus dias. Esse mundo não é mesmo pra mim.
O que eu estou dizendo? Isso é um exageiro! Talvez ninguém acredite... Talvez pensem que eu inventei tudo, para fugir como um covarde. Mas, tanto faz agora. São 6 horas em ponto. Vou tentar sonhar com ela.

domingo, 22 de março de 2009

Em direção ao Sol


Ando pensando muito em mudar, ainda não sei como nem quando vou começar a fazê-lo, mas essa ânsia por um novo ideal me toma como um incêndio, de dentro para fora. Algo que já estava em mim e foi fecundado. Enfim, deixei que o mundo me mudasse, agora estou pronto para mudar o mundo.
Errei tantas vezes, aprendi tantas coisas, tantas pessoas, tantos lugares, mas é como se não tivesse visto nada. Novo como um recém-nascido. Sempre pronto para um novo mundo. Algumas lembranças, algumas mágoas, muitos amores, nenhum arrependimento. Aprendizados, é o que eu pude tirar de tudo. E não faria tudo de novo, hoje sou outro, novos pensamentos, criados por esses momentos. Tirei o máximo pois vivi intensamente. Não vale a pena aprender de novo.
Agora é tentar novamente, seguir em frente, sempre! Sem medo de nada. Como diz vovó: "pé que não anda não dá topada". E essa é minha confiança, errando ou acertando eu vou aprender. Afinal o que somos além de "caniços pensantes"? caveiras errantes... Metamorfose ambulante!

Homo sapiens/homem/ser humano


Tudo é tão novo, parece de mentira. Milhões de anos nos descobrindo, evoluindo, reinventando. Desde o momento que o homem primitivo descobriu a utilidade do polegar opositor estamos em construção, nos construindo e construindo o mundo.
Pensar nisso tudo dá medo de certa forma, medo de nos perguntar: pra quê fizemos isso tudo? Pra quem fizemos isso tudo? E o que ainda temos que descobrir?
A última questão é o que nos intriga mas profundamente. Homens dedicam suas vidas a descobrir novas formas de energia, novas formas de se viver mais e melhor, curas para novas doenças e combate a doenças velhas que não atingem objetivamente um corpo, mas toda uma sociedade. Mas para quê? Para quê procurar vida nas luas de Júpiter se não preservamos a vida das crianças do nosso planeta? Não damos Atenção!
Mas eu ainda acredito na humanidade, acredito em mim, em nós. Nossa capacidade de mudar, de aprender sempre. Não somos deuses, por isso somos tão privilegiados. Os deuses nos invejam, pois só nós temos a capacidade de criar, descobrir e negar a existência de qualquer coisa, até mesmo dos próprios deuses. Nós ainda nos impressionamos com as flores, suas cores, seus perfumes.
Isso é se tornar humano, a busca intensa e eterna pelo saber, a busca pela humanidade. Deixando pra trás nossa condição animal e se tornando os criadores.

Observando

Num dia cinza parei pra ver os olhos,
De quem passava e de quem ficava.
E foi assim que vi maldade,
Nos olhos de quem me amava.

Cada um por si,
É muito normal atualmente,
Ah! Como difícil me sentir
Como você se sente.

É dessas coisas que nos fazem muito mal,
Dessas que acontecem todo dia,
Dessas que me levam ao normal
De fazer oque todo mundo faria.

E é só o tempo,
Não se assuste por pouco,
Ele só fará oque quiser
Do seu coração, da sua mente e seu corpo.

Meu padrasto dorme profundo,
Minha irmã deitada nos fundos,
Meu pai se encontra longe agora,
Minha mãe no sofá, apenas chora.

E eu, apenas observo.
Tento saber oque pensam
Pergunto oque há pra chorar.
No fim todos me dispensam

Hoje nem todos dormem,
Hoje mergulho num texto profundo,
Há corações espalhados pelos cantos da casa,
Há corações espalhados pelos cantos do mundo.

Considerações sobre a verdade...

Se Deus te fez servo porque tu és rei?
A verdade relativa
Isso é tudo que sei.

Antes de nascer já fizeram seus caminhos,
Seus deuses, suas crenças,
Seus pergaminhos

Um homem que queria tudo
Não tinha Deus,
Matou milhões!

Mas e os outros
Que em nome de Deus
Disparam seus canhões?

Espadas cortando a veia da liberdade,
Corre para o mar a última gota da humanidade.
Só sobraram homens presos...

Presos e aprisionando trevas em si,
A obscuridade religiosa reina aqui.
E a lei de poucos nos impõe medo.

Dizem que uma mentira contada cem vezes
Torna-se a mais pura verdade,
Em meu país cada mentira é contada mil vezes por dia.

E como nos dói saber que o que há de mais antigo,
O que consideramos como o mais sagrado
É uma dessas falácias.

Nossos laços familiares são cortados a fogo
Quando vendemos nossos corpos,
E alienamos nossas almas.

Deixamos de ser deuses
Agora somos servos,
Criaturas das próprias criações.

Em máquinas se transformaram as nações,
Dilacerando corações,
E reproduzindo em outras gerações.

Não é tudo o que tenho a dizer,
Mas é o que essas proporções permitem-me
Sem cometer excessos.

Mas que quem ler este escrito
Ache utilidade,
E que aumentem em mil estas idéias.

Mais do mesmo

Hoje liguei a televisão - coisa que não costumo fazer mas que fiz hoje devido ao tédio - e havia o que sempre há: propagandas, ofertas e gente vendida. Quando me questionei o por que de tudo isso, me veio logo a resposta fria e imediata "é o que o povo gosta dever!". "Sim! Mas o que o povo gosta de ver?" me perguntei novamente. O que nos faz querer ver mulheres nuas, homens de mentira, famílias que nada tem a ver com a família brasileira? Vidas de plástico!
Um cartum do Caulos mostra uma outra teoria inversa a Teoria Darvinista, a "Teoria da involução humana". Em que o homem chega a TV, a vê como sua criação, e depois vai se curvando, perdendo seu poder de criação. Involuindo mentalmente. De homo sapiens sapiens à homo erectus, e assim involuindo até chegar ao australuptecus, novamente. Ai a criação cria o criador. Diz como deve se vestir, oque deve ouvir, como deve estudar, o que deve gostar.
Todo ano emissoras de televisão investem milhões no "entertenimento" da população (ou será controle?) com seus programas cheios de luzes e gente bonita. Por que não investe-se o mesmo na educação, por exemplo? Talvez por que isso não dê lucro, nem votos, além de dar trabalho demais. E mais, as escolas bem estruturadas vão fazer cidadãos, não só profissionais como faz hoje, e isso não é nada agradável. Mais gente pensando é igual a menos votos nas eleições, menos gente comprando sem precisar, menos dinheiro nas mãos dos banqueiros, menos trabalho não pago e, menos gente vendo televisão.
Então é melhor deixar como está. "Ao povo Pão e Circo", já diziam os imperadores romanos. Em tempos mais atuais: Bolsa família e Big Brother!