sexta-feira, 12 de junho de 2009

A primavera do poeta

Será o poeta neutro no mundo?
Será que o poeta não sabe mesmo amar?
Será que a frase mais linda é só verso,
Que nunca aconteceu ou acontecerá?

Será nosso sonho algo tão banal,
Que para um poeta não é coisa de se apreciar?
Será o nosso amor alguma coisa rara,
Que o poeta abstrai para poder falar?

Quando os vidros se quebram ele não sente nada
E ainda encontra inspiração em ver alguém chorar,
Escreve de dentro sem tirar pedaços
E continua vivo se o verso passar.

Parece que a eternidade cabe nessas linhas
E a sonoridade agora ganha o ar,
Mesmo se as "águas de março" levam o verão
Ele encontra a Bossa Nova para se curar.

Mas se o poeta encontrar a primavera
Com uma linda flor ele pode se encantar,
E se ele se perde nessa intensidade
Dentro do próprio verso pode se encontrar.

É aí que o poeta desse do seu salto
E sua imortalidade põe-se a duvidar,
Encontra a poesia como um mortal
E como qualquer outro aprende a amar.

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