domingo, 17 de janeiro de 2010

A cidade me consome

Hoje sai sem saber
a que horas vou voltar,
há horas e horas atrás,
me senti só na multidão
e não seria maior a solidão
se a cidade não estivesse aqui.

no fim da tarde
o céu era vermelho e queimava
e meus olhos caiam por aí
nas sarjetas ressecadas,
fugindo do calor que me matava,
da luz que me cegava,
da dor que me calava.

e há também uma falta,
alguma coisa me esvazia.
não sentir tua presença
me mata, e esse silencio...
ah! ele nunca acaba.
a cidade nunca acaba,
não é tão fácil fugir.

a angústia tem gosto amargo,
mas não é pior que o cheiro
do esgoto, desse lixo sentimental,
e desse calor a altas horas.
por que hoje o céu não chora?
seria bem conveniente.

são apenas 10 horas
mas minha cidade adormeceu,
o céu perdeu seu gosto e morreu.
e as estrelas caíram
num ultimo sarcasmo
oh! Deus, como eu gostaria de um cigarro.
todos eles acabaram.

2 comentários:

  1. não fuja da estrada, enfrente o caminho a ser percorrido por ela !

    E ainda bem que os cigarrros acabaram rs'

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  2. PQP! foda! parece q eu via a cena ao ler, teu estilo de escrever é muito maneir, parece melancólico indignado! tu é foda!

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