sábado, 9 de janeiro de 2010

A vigésima segunda avenida

Eu senti um arrepio pela espinha ao andar por aqui sozinho. Essa é a vigésima segunda avenida que eu tento iluminar hoje. Mas minha alma é tão culpada, minha sentença é esta aqui.

É a vigésima segunda avenida. Um pesadelo de 255 metros, percorrido a passadas lentas - quase paralisadas - em meio a neblina. Ao cheiro de medo. Sim, o cheiro. Não o fedor.

Essa neblina que me oblitera lentamente, são os espíritos que me socam, suavemente, bem no rosto. Tão sarcásticos.Mas contundentes.Todos aqueles corpos desalmados - criados por Deus - são tão inúteis junto aos corpos sem alma - criação dos homens - mas suas almas são quentes.Corpos mortos. Almas vivas. Afinal, são corpos desalmados,almas desencaranadas.

A dança dos mortos é encantadora,e estou amedrontado.Situação aflitiva - alguém diria. Violentamente aflitiva. E a minha alma dança.

Mas no fim um alívio: a música acabou, a avenida também,ficaram os corpos, foram as almas, e eu, continuo... vivo.

Um comentário:

  1. Arrepio-me quando escreve assim ...
    Não se sinta sozinho, você tem pessoas que te amam muito !


    ... que bom que não passou de pensamentos ou sonhos ..

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