segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Tempestade

O céu está apertado
as nuvens se esbarram,
rugem alto, se despedaçam, desabam.
No atrito soltam faíscas,
que iluminam o céu
e agridem as vistas.
Enxugam o céu, encharcam o mundo,
estouram suas veias,
destroem tudo.
Enquanto observo, absorvo,
Seco os vidros,
e os embaço de novo.

Sinto o teto do mundo
a um metro da minha cabeça.
Enquanto atores falidos
amontoam-se e me iludem,
me vencem e convencem
de mentir para mim outra vez.
Deus os queima e joga fora.
Queima e joga fora do céu.
e eu toco o véu d’água,
e ele me toca.

E então, a chuva torrencial de verão
me preparou um cenário.
Onde eu enceno a solidão,
e construo minha própria prisão.
Onde meus olhos fazem chover,
e a chuva me faz chorar.
Onde eu relembro
meus doces sacrifícios.
Onde eu planejo um último suspiro.
Onde eu invento um último perdão.

Nenhum comentário:

Postar um comentário