sábado, 28 de março de 2009

Dentro da minha cabeça

Ela me olhou nos olhos como nunca, parecia decidida pela primeira vez a ser minha. Eu me assustei como qualquer garoto frente a uma mulher. Finalmente ela se tornara uma mulher.
Como estava bela! Já não sabia eu, diferenciar a seda que usava da sua pele delicada. Parecia uma deusa, largara sua aparencia de anjo. Tomara para si a sensualidade do sexo feminino, e suas armas também. Seus olhos grandes me queimavam a alma, entravam na minha cabeça, lendo os mais intimos dos meus pensamentos e trazendo de volta as mais luxuriosas fantasias.
Eu estava perdido! Apaixonado! Louco para tocá-la. Ela era minha, finalmente! Como eu sonhei com esse dia e ela extrapolou as minhas melhores expectativas.
Queria fazer deste momento a mais bela prova de amor, para minha amada. E fiz! Éramos um naquele momento, sentiamos o mesmo, ouviamos sem que o outro abrisse a boca. - Eu te amo! Eu te amo! - diziam nossos corações numa sincronia incrível. Ela estava dentro da minha cabeça e nunca mais ia sair. Lembraria daquele momento até o fim dos meus dias. Meu primeiro amor! Meu maior amor! O mais belo,o mais quente... o mais "amor" dos meus amores.
Abri os olhos no outro dia e não a vi, não a senti em meus braços e nem em meus lençóis. Estava sozinho novamente. Eu e meu colchão frio. Mas ainda com aquelas lembranças. Eu a amava mais do que ontem, ela me deu o melhor sonho da minha vida! Eu lhe darei as melhores lembranças!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Sobre os olhos dela (à uma musa nunca beijada)


Lembro-me da primeira vez em que nossos olhares se cruzaram. Eu olhei em teus olhos afim de violar-te os sentimentos, você olhou os meus só por olhar, nada mais.
Olhei profundamente nos seus e descobri que tinham a profundidade de um oceano e que seus sentimentos estavam escondidos bem no fundo deste, que eu não tinha fôlego para chegar nem a metade.
Perdi-me em seus olhos. Os meus vidraram nos seus, e ... não me lembro mais. Mas sei que mesmo me olhando com tamanha inocencia leu meus pensamentos e roubou-me o coração.
Desde o principio não sei nada de você mas sabes tudo de mim.
Toda vez perco-me em mar, e você me rouba o coração.

(Escrito originalmente em um caderninho vermelho, em algum dia do mes de junho do ano passado.)

Minhas palavras vazias

Acabo de notar que escrevi muito hoje,
Noto também que quase nada faz sentido,
Oque eu faço não faz sentido,
Nada do que eu fiz, faz sentido.

Observando bem, sou certas vezes contraditório,
Minhas atitudes não correspondentes aos fatos,
Minhas linhas burocráticamente corretas,
Minha vida simplesmente errada.

Me olho no espelho não vejo oque dizem,
Não sou forte, nem belo
Talvez malandro, não esperto
Nunca feliz.

E essa noite me questiono,
Se realmente foi eu quem escreveu tudo isso,
Ou se apenas reproduzi
Mensagens do povo.

Mensagens de sempre,
Perguntas completas,
Respostas vazias,
Palavras antigas.

Poderia ser uma prosa
Mais são versos,
Talvez porque cada um fala por si só,
Talvez por não achar um jeito melhor.

5:30 AM

Segunda-feira, cinco e meia da manhã. Acordado com uma violenta azia causada pelo veneno que me mantem respirando. Parece que há um incendio dentro de mim que queima não só o estomago mas também minha alma. Talvez um copo d'água resolva.
Nem pensar em dormir mais, mesmo tendo dormido apenas 3 horas e meia, essa maldita insônia depreciva, que deprecia minha alma não vai me deixar descansar.
Agora não tenho mais aquela azia, são 5:40 da manhã, não há ainda, nenhum raio de Sol. Mergulho então na escuridão do meu medo e tento combate-lo sozinho. Luta desigual! São tantos medos e tão pouca força. Tenho medo de morrer sem viver o bastante, sem ver o bastante, sem aprender o bastante, sem amar o bastante...
Aliás, amar é o mais dificil de fazer neste meu mundo. Por mais que nós tentemos demonstrar eles estão sempre nos oprimindo. Como se não pudéssemos amar neste planeta. Amo sozinho então, no meu quarto mesmo, e ela sabe que é amada.
O silêncio me destrói, o tic tac do relógio é assustador, parecer estar dentro da minha cabeça, intenso no som, lento no tempo, 5:45. Quanto tempo falta?... Quanto tempo falta para acabar minha agonia? Um ano? Um mês? Uma semana? Um dia? Apenas o tempo do sangue escoar se eu quiser...
Mas parece infinita! Sem saída! A morte talvez? Não, sou covarde demais para para tentar um suicidio. Mas talvez seja mais covarde ainda quando se trata de agonizar como estou agora, pelo resto dos meus dias. Esse mundo não é mesmo pra mim.
O que eu estou dizendo? Isso é um exageiro! Talvez ninguém acredite... Talvez pensem que eu inventei tudo, para fugir como um covarde. Mas, tanto faz agora. São 6 horas em ponto. Vou tentar sonhar com ela.

domingo, 22 de março de 2009

Em direção ao Sol


Ando pensando muito em mudar, ainda não sei como nem quando vou começar a fazê-lo, mas essa ânsia por um novo ideal me toma como um incêndio, de dentro para fora. Algo que já estava em mim e foi fecundado. Enfim, deixei que o mundo me mudasse, agora estou pronto para mudar o mundo.
Errei tantas vezes, aprendi tantas coisas, tantas pessoas, tantos lugares, mas é como se não tivesse visto nada. Novo como um recém-nascido. Sempre pronto para um novo mundo. Algumas lembranças, algumas mágoas, muitos amores, nenhum arrependimento. Aprendizados, é o que eu pude tirar de tudo. E não faria tudo de novo, hoje sou outro, novos pensamentos, criados por esses momentos. Tirei o máximo pois vivi intensamente. Não vale a pena aprender de novo.
Agora é tentar novamente, seguir em frente, sempre! Sem medo de nada. Como diz vovó: "pé que não anda não dá topada". E essa é minha confiança, errando ou acertando eu vou aprender. Afinal o que somos além de "caniços pensantes"? caveiras errantes... Metamorfose ambulante!

Homo sapiens/homem/ser humano


Tudo é tão novo, parece de mentira. Milhões de anos nos descobrindo, evoluindo, reinventando. Desde o momento que o homem primitivo descobriu a utilidade do polegar opositor estamos em construção, nos construindo e construindo o mundo.
Pensar nisso tudo dá medo de certa forma, medo de nos perguntar: pra quê fizemos isso tudo? Pra quem fizemos isso tudo? E o que ainda temos que descobrir?
A última questão é o que nos intriga mas profundamente. Homens dedicam suas vidas a descobrir novas formas de energia, novas formas de se viver mais e melhor, curas para novas doenças e combate a doenças velhas que não atingem objetivamente um corpo, mas toda uma sociedade. Mas para quê? Para quê procurar vida nas luas de Júpiter se não preservamos a vida das crianças do nosso planeta? Não damos Atenção!
Mas eu ainda acredito na humanidade, acredito em mim, em nós. Nossa capacidade de mudar, de aprender sempre. Não somos deuses, por isso somos tão privilegiados. Os deuses nos invejam, pois só nós temos a capacidade de criar, descobrir e negar a existência de qualquer coisa, até mesmo dos próprios deuses. Nós ainda nos impressionamos com as flores, suas cores, seus perfumes.
Isso é se tornar humano, a busca intensa e eterna pelo saber, a busca pela humanidade. Deixando pra trás nossa condição animal e se tornando os criadores.

Observando

Num dia cinza parei pra ver os olhos,
De quem passava e de quem ficava.
E foi assim que vi maldade,
Nos olhos de quem me amava.

Cada um por si,
É muito normal atualmente,
Ah! Como difícil me sentir
Como você se sente.

É dessas coisas que nos fazem muito mal,
Dessas que acontecem todo dia,
Dessas que me levam ao normal
De fazer oque todo mundo faria.

E é só o tempo,
Não se assuste por pouco,
Ele só fará oque quiser
Do seu coração, da sua mente e seu corpo.

Meu padrasto dorme profundo,
Minha irmã deitada nos fundos,
Meu pai se encontra longe agora,
Minha mãe no sofá, apenas chora.

E eu, apenas observo.
Tento saber oque pensam
Pergunto oque há pra chorar.
No fim todos me dispensam

Hoje nem todos dormem,
Hoje mergulho num texto profundo,
Há corações espalhados pelos cantos da casa,
Há corações espalhados pelos cantos do mundo.

Considerações sobre a verdade...

Se Deus te fez servo porque tu és rei?
A verdade relativa
Isso é tudo que sei.

Antes de nascer já fizeram seus caminhos,
Seus deuses, suas crenças,
Seus pergaminhos

Um homem que queria tudo
Não tinha Deus,
Matou milhões!

Mas e os outros
Que em nome de Deus
Disparam seus canhões?

Espadas cortando a veia da liberdade,
Corre para o mar a última gota da humanidade.
Só sobraram homens presos...

Presos e aprisionando trevas em si,
A obscuridade religiosa reina aqui.
E a lei de poucos nos impõe medo.

Dizem que uma mentira contada cem vezes
Torna-se a mais pura verdade,
Em meu país cada mentira é contada mil vezes por dia.

E como nos dói saber que o que há de mais antigo,
O que consideramos como o mais sagrado
É uma dessas falácias.

Nossos laços familiares são cortados a fogo
Quando vendemos nossos corpos,
E alienamos nossas almas.

Deixamos de ser deuses
Agora somos servos,
Criaturas das próprias criações.

Em máquinas se transformaram as nações,
Dilacerando corações,
E reproduzindo em outras gerações.

Não é tudo o que tenho a dizer,
Mas é o que essas proporções permitem-me
Sem cometer excessos.

Mas que quem ler este escrito
Ache utilidade,
E que aumentem em mil estas idéias.

Mais do mesmo

Hoje liguei a televisão - coisa que não costumo fazer mas que fiz hoje devido ao tédio - e havia o que sempre há: propagandas, ofertas e gente vendida. Quando me questionei o por que de tudo isso, me veio logo a resposta fria e imediata "é o que o povo gosta dever!". "Sim! Mas o que o povo gosta de ver?" me perguntei novamente. O que nos faz querer ver mulheres nuas, homens de mentira, famílias que nada tem a ver com a família brasileira? Vidas de plástico!
Um cartum do Caulos mostra uma outra teoria inversa a Teoria Darvinista, a "Teoria da involução humana". Em que o homem chega a TV, a vê como sua criação, e depois vai se curvando, perdendo seu poder de criação. Involuindo mentalmente. De homo sapiens sapiens à homo erectus, e assim involuindo até chegar ao australuptecus, novamente. Ai a criação cria o criador. Diz como deve se vestir, oque deve ouvir, como deve estudar, o que deve gostar.
Todo ano emissoras de televisão investem milhões no "entertenimento" da população (ou será controle?) com seus programas cheios de luzes e gente bonita. Por que não investe-se o mesmo na educação, por exemplo? Talvez por que isso não dê lucro, nem votos, além de dar trabalho demais. E mais, as escolas bem estruturadas vão fazer cidadãos, não só profissionais como faz hoje, e isso não é nada agradável. Mais gente pensando é igual a menos votos nas eleições, menos gente comprando sem precisar, menos dinheiro nas mãos dos banqueiros, menos trabalho não pago e, menos gente vendo televisão.
Então é melhor deixar como está. "Ao povo Pão e Circo", já diziam os imperadores romanos. Em tempos mais atuais: Bolsa família e Big Brother!