no acelerado Rio
que flui feito de aço,
fervendo no calor
insuportável da cidade,
parei para descrever
esta contradição
entre a história
e o progresso,
entre o dinheiro
e o coração.
no trilho frio
da prosperidade
do balneário-cidade
do espaço cosmopolita
em que o mundo inteiro conflui
onde o centro do mundo flui
é onde tudo se valoriza
sem valor de verdade
na pomposidade
do novo Rio.
mas há ainda semelhanças
entre o novo e o velho
que se desenha
em outras linhas
mas que se faz
com as mesmas mãos
com as mesmas lágrimas suor e sangue
que se misturam no cais do Valongo
ao longo dos anos da nossa nova escravidão.
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