segunda-feira, 19 de setembro de 2016

o novo e o velho

no acelerado Rio
que flui feito de aço,
fervendo no calor
insuportável da cidade,

parei para descrever
esta contradição

entre a história
e o progresso,
entre o dinheiro 
e o coração.

no trilho frio
da prosperidade
do balneário-cidade
do espaço cosmopolita
em que o mundo inteiro conflui
onde o centro do mundo flui
é onde tudo se valoriza
sem valor de verdade
na pomposidade
do novo Rio.

mas há ainda semelhanças
entre o novo e o velho
que se desenha 
em outras linhas
mas que se faz 
com as mesmas mãos

com as mesmas lágrimas suor e sangue
que se misturam no cais do Valongo
ao longo dos anos da nossa nova escravidão.

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