terça-feira, 13 de setembro de 2016

544

Do subúrbio pra Baixada
a semelhança é fascinante
no marasmo alucinante
da condução abarrotada.

colocando reticências
ao refletir experiências,
ao futuro com esperança
e ao pavor com resistência.

ninguém nasceu pra semente
quem não entende, eu reajo
ao ver a morte dessa gente
e me torno o delinquente.

quem não foi violentado
não precisa ser violento
quem de nós não é o vilão
forjado pela frustração?

quem tá na televisão?
e quem não dorme com remorso?
e quantas gerações ainda gritarão
que o petróleo é nosso.

tá embaçado, engarrafado.
eu revoltado, atrasado e bolado.
outro preto aprisionado na cidade
outro início de noite na via Light.

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