terça-feira, 16 de setembro de 2014

O inferno, na verdade, somos nós.


A sola dos meu pés
anda queimando neste asfalto
mais que o necessário
pra eu sentir os pés no chão.

um dia desses
vocês vão me encontrar
pelado, falando ao telefone
e caindo aos pedaços
sem poder ouvi-los,
é nessas horas que
esconder as provas
faz sentido,
já que suas palavras
e suas balas
nunca voltam atrás.

ando bebendo mais do que
meu corpo jovem aguenta,
ando fumando os piores cigarros
e embarcando
nas piores viagens.
ando sonhando com a volta
de gente que não volta mais,
e perdendo a fé na ida
pro inferno onde eles se encontram,

o inferno, na verdade,
somos nós.
não os outros
e suas vidas
miseráveis.
me desculpe,
Schopenhauer.

se nós queremos matar uns aos outros,
Thomas Hobbes,
porque eu quero aqueles sorrisos de volta?

você é um imbecil imoral,
eu sou um animal sentimental.

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