sábado, 27 de setembro de 2014

Arrasta-pé pra caneta dançar

Esses corpos
se mexendo na penumbra
têm luz própria,
são vários sóis
que vão ondejando
no horizonte.
são peles de cores
e olhos brilhantes.
São bocas buliçosas
transbordando poesia.

belo chão sem poeira
pra levantar,
belo céu de noite escura,
sem estrelas.

e os fetos nos ventres livres
que ainda não vivem.
e os homens
domando motores ávidos pela luz verde
que já não podem.
e a senhoras, e as mocinhas,
os donos de bar, e as famílias
apinhadas na sala
à espera do drama
diário das nove,
à espera da morte.

estes nunca saberão
que eu me encontro inebriado
de dança e de álcool.

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