segunda-feira, 30 de agosto de 2010

"Trocando uma ideia" com Deus (parte II)

Eu sujei meu corpo
Mas não perdi minha alma
Eu cavei minha própria cova
Mas não tive coragem de morrer
Eu furei meus olhos
Para não ver o fruto desse ódio
Mas ainda posso ver a verdade,
E quanto ao ódio
Eu ainda posso senti-lo
Nos meus versos, nas minhas veias

Deus, eu sou o bastardo
Que reivindica o seu amor
Eu não quero seu perdão
Sua misericórdia
Sua maravilhosa pena dos seres pequenos
Eu quero apenas seu amor,
Eu não quero seu paraíso
Não quero sua vida eterna

Parece que todos os caminhos
Levam-me a lugar nenhum
As balas continuam a falar mais alto
E o nosso Santo Ódio continua a governar
Enquanto Deus não me diz nada
E não interfere na minha carnificina

Andando sozinho pelas ruas da cidade
Madrugada fria, suja, seca, subtendida
Luzes solitárias, pessoas de almas mortas
Que Deus há aqui?

Sim, eu estou louco
Mas não estou errado
O assassino não sou eu
É você

Eu condenarei Deus no juízo final.

Um comentário:

  1. Acha mesmo que Ele não vê o que você vê ?
    O condenaria porque você, se fosse um deus, seria radical? Mudaria tudo mesmo que as pessoas não quisessem. A humanidade está no que está por atitudes cometidas por ela. Qual foi a maldade dEle, nos criar ? Confiar em nós, acreditar no que temos pra dar. Até seu socialismo tem limites, você que acha ou pelo menos escreve como quem acha ter a solução pra tudo. Não é pegar um mendigo e colocar dentro do meu quarto e cuidar dele, é mudar o sistema para que não haja mais mendigos. Sei que pensa assim, mas até você chegar lá, alguns milhões de mendigos já morreram. Não, você não está louco. Sua única alteração é pensar estar certo ao induzir que não precisa dEle, só isso.

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