quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Heroína

Canhões de fluoxetina te destroem
Mas foi você que engatilhou a arma
Nós fomos onde tudo é irreversível
Mesmo todo dia nascendo igual

Por quê?
Por que você caminha lentamente para morte?
Por que você faz isso consigo mesma?

Ouvindo o blues dos afogados
Você mergulha e eu te salvo, eu te protejo
Mesmo que não possa te proteger de você mesma
E mesmo que você já não queira proteção.
Eu parei e você foi, e eu tive medo
Medo de não ter medo como você não tem
Eu me queimei e recuei
Você quis queimar para sempre
E eu te admirei, minha heroína

Suas veias machucadas se escondem
Enquanto você procura a morte
O sangue fervente que passa
A espera dos glóbulos verdes.

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