domingo, 20 de junho de 2010

Um pensamento solto sobre o mundo

É estranho que as pessoas, muitas vezes, olhem para o céu quando lhes ocorre uma desgraça.

Quando o destino as atinge com algum infortúnio, de força natural ou não. Parece-me que procuram nas estrelas ou nas nuvens do céu azul claro ou escuro uma resposta para sua dor, sua angústia, quando essa resposta está dentro de si próprio, em uma natureza humana autodestrutiva.

Aos mais pobres entende-se que por “pobreza” de recursos e cultura, não tem a dimensão do poder destrutivo dos homens ou da natureza e procuram em seus deuses suas respostas. Mas para os bem entendidos, digamos assim, aqueles que pregam o progresso, o crescimento, a manutenção de um estilo de vida, de uma ordem social, para os grandes magnatas do petróleo ou fabricantes de carro. Para esses é estranho se falar em fatalidade, em acaso, ou vontade divina. Esses têm plena dimensão das fronteiras entre o humano e o divino, e por egoísmo, ganância ou “amor” ao progresso mantêm essa postura irresponsável perante as situações.

Outra hipocrisia é a idéia que a televisão passa sobre aquecimento global, ou buraco da camada de ozônio. A expressão “salvar o planeta” por exemplo, muito usadas nas chamadas comerciais “bem intencionadas” de nossas empresas, dá uma idéia de que é o planeta que está morrendo, que vamos fazer algum favor a ele. Na verdade, somos nós quem está morrendo, quem está ficando sem casa, ou sem alimento. Refugiados do clima é a expressão do futuro, pois não é o planeta quem vai mudar, somos nós, ou se nossa capacidade de adaptação não for mesmo enorme como diz a ciência, vamos entrar em extinção, a palavra assusta mas é verídica e coerente em tais situações. A Terra, nossa Terra como batizamos, não é nossa, e já existia bem antes de nós, e bem antes de nós se aqueceu e se resfriou, e se aqueceu e se resfriou novamente até que tivesse condições para a nossa vida.

Portanto, bem antes de destruirmos o planeta, ele nos cuspirá para fora dele. Se aquecerá e se resfriará, e se aquecerá de novo até que uma nova civilização de uma nova espécie possa se organizar em um novo mundo, quem sabe de forma mais inteligente e justa que nós para uma nova odisséia. Assim funciona o universo, e ele existirá mesmo após o fim do mundo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário