Palavras ricocheteando nas paredes da mente
Enquanto o frio enrijece os corpos
Smokings finos encharcados de vinho
E em algum lugar, pessoas emboladas como caracóis
Envolvidas sem lençóis ao frio e desalento
Ignorando cada detalhe que difere o papelão de uma cama
Do banco do ônibus comparo as diferentes noites
Em uma noite só, do banco de couro
As sarjetas úmidas, frias e cheias de gente
Gente pobre, indigente, quase gente...
Poeira, frio, cachimbo, fumaça
Um trago na desgraça e o menino vira rei.
Do lado de cá da fronteira,
Da linha imaginária que define a miséria
Alguns brilhantes e glórias, histórias
Perambulando pela rua, na volta
Do rico passeio noturno
Risadas, palavras,
Ao taxista foram generosos como fidalgos
São raros, distintos.
Acompanho a trajetória boemia
Enquanto penso na população daquela esquina
Comparo as vidas perante as estrelas
As noites são outras, o mundo é ambíguo
Se bem que há vezes que os mundos se cruzam
Se amarram, se quebram
As fronteiras caem por terra e se tornam
A linha sensível que separa as vidas
A luta de classes continua e as frases
Continuam a ricochetear,
E os fatos continuam a matar...
... a matar assaltante,
A matar assaltado.
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