sexta-feira, 17 de março de 2017

terça-feira à tarde

precisava chorar,
beber e chorar
a noite.

profanar o silêncio
da rua em vigília

tomar um mal caminho,
cair numa poça,
escrever um samba,
pra ganhar uma moça.

mas não tenho dinheiro
não tenho lágrimas
e a noite demora.

o silêncio
os carros matam
impunemente.

já não há escolha
nem chuva, nem samba,
nem vaidade.

só há o vazio,
as letras vazias
as mãos vazias
sem melodia

cheias de saudade.

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