domingo, 31 de maio de 2015

Ô preta,
O cheiro que você deixou
No meu peito
É de saudade.

Preta
É a pele de menina,
o corpo da mulher
Que me deixou sonhando.
A alma te olho de perto
No fundo do meu inconsciente.

Castanha,
Bem escura é tua íris.

Por trás dos olhos
Seus códigos
Continuam a me enlouquecer.
Decifro-te,
Mas mesmo assim
tu me devora.

Pretinha,
Minha.

Controversa materialização
do meu prazer

Abandono os polímatas franceses
E todo materialismo dos
Historiadores da Inglaterra.
Me pego calculando
As tuas medidas impossíveis,
Suas curvas perigosas

Das cifras e códigos
não sou amante
Mas nos teus números
Há poesia

Me sinto um tolo
Mas não te diminuo
À minha essência animal.
Afinal quem me ensinou a sorrir outra vez?

Preta, Pretinha
Quero ver teu black power
Florescer no meu espelho,
Brindando a liberdade com amor.

Queria ter pretinhos
Parecidos com você
E provar pro mundo
Que existem anjos negros

Queria tudo,
Mas neste quarto
A esta distância
Não posso me entregar.
Sou um poeta sozinho
Num samba triste
Ao luar.

Contando as garrafas vazias
E as bitucas de cigarros de palha
queimados no chão
Sonhando em contar estrelas contigo
E te dar o meu peito como abrigo.

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