Todos os dias são áridos,
nesta terra só eu me precipito.
o ar se vai e tudo teima em morrer
sob o céu sem nuvens de outubro.
primavera é sempre nada.
do chão estéril só brotam flores de plástico
na caatinga do meu coração só cactos
de onde eu tiro seiva bruta
e dou de beber em versos
a quem mais tiver sede.
acompanhado,
e demasiadamente só,
sempre.
porém, há sempre fogo
entre outras pernas,
e companhia descartável
noutros olhos.
há sempre um abraço de amor,
e outro de adeus.
e há sempre outras bocas, seios e mãos.
por fim há sempre outras flores,
mas desde ti meu coração é sertão,
e nos sertões tu se chama saudade.
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