sábado, 27 de janeiro de 2018

Pela manhã

Se neblina sinto impulso de afogar-me na baía
sentir-me junto aos que vieram antes de mim a essas águas
assolapados pelos sentimentos implacáveis do mundo

Mas se se dissipa o véu sob a água,reina uma luz
ainda desbotada, morna, que acende frente aos meus olhos
a imagem replicada mil milhoes de vezes de mim mesmo

E passo a me ver nas esquinas e lojas,
construções, favelas e alagados
incontaveis toques sincrônicos de marcha
que reintegram meu ser desenganado ao mundo

Será então que a solidão morreu em mim,
ou eu que nasci de novo em solidão tão comum que nem percebo?

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