estou viciado naquela tez preta
que é tão preta que pode
pintar toda noite sozinha
que pode, subitamente,
sugar-me para outra dimensão
com aquele buraco negro
que me abraça como uma pequena morte.
sábado, 16 de setembro de 2017
terça-feira, 12 de setembro de 2017
breu
no céu só uma banda de lua
como um seio de mulher jovem
na terra
igrejas imitam shoppings
shoppings parecem bairros
manchando a paisagem nua
pequenas nuvens insinuam quadris
uma banda de bunda suaviza o horizonte
letreiros vermelhos e azuis
olhos cerrados por princípio
fumaça de maconha e tiner
e um sinal dizendo "vá"
a noite tenta imitar aquela pele
e quando acerta
queima como o sol
e tanto quanto queima
é intensa
treva e misteriosa
se veste as vezes
se neblina ou chove
faz saber que é melhor nua
preta e prada não se conjuga
quando vamos ao que importa
símbolos perdem o significado se
desço as curvas exageradas a toda
e sem freio mergulho desesperado
no rio salgado entre aquelas coxas
um grito desvairado que rasga o tecido da noite
uma contradição, um descuido
uma morte sem corpo, sem provas, sem epígrafe
tão magnífica que não cabe no poema
lisa e reluzente desvanece em minha boca
derrete como manteiga em meu rosto quente
se abro os olhos ela é enorme como o céu
e me cabe inteiro
nessas horas sou um poeta sem registros
fazendo obras primas instantâneas que deixam
cheiro no ar e saudade na boca
se eu tivesse papel descreveria melhor
minha ânsia de foder com as estrelas.
como um seio de mulher jovem
na terra
igrejas imitam shoppings
shoppings parecem bairros
manchando a paisagem nua
pequenas nuvens insinuam quadris
uma banda de bunda suaviza o horizonte
letreiros vermelhos e azuis
olhos cerrados por princípio
fumaça de maconha e tiner
e um sinal dizendo "vá"
a noite tenta imitar aquela pele
e quando acerta
queima como o sol
e tanto quanto queima
é intensa
treva e misteriosa
se veste as vezes
se neblina ou chove
faz saber que é melhor nua
preta e prada não se conjuga
quando vamos ao que importa
símbolos perdem o significado se
desço as curvas exageradas a toda
e sem freio mergulho desesperado
no rio salgado entre aquelas coxas
um grito desvairado que rasga o tecido da noite
uma contradição, um descuido
uma morte sem corpo, sem provas, sem epígrafe
tão magnífica que não cabe no poema
lisa e reluzente desvanece em minha boca
derrete como manteiga em meu rosto quente
se abro os olhos ela é enorme como o céu
e me cabe inteiro
nessas horas sou um poeta sem registros
fazendo obras primas instantâneas que deixam
cheiro no ar e saudade na boca
se eu tivesse papel descreveria melhor
minha ânsia de foder com as estrelas.
sábado, 9 de setembro de 2017
tô fumando pra caralho
manhã não vem
um gato dá bola nas costas
de um cachorro velho
a fumaça sobe aos ceus cética
frio pra caralho e
nenhum par de coxas
pra se aconchegar
nenhum gole de conhaque
pra me comover
portão batendo rua afora
uma pobre coitada vai trabalhar
não sei se volta
e se voltar
volta menos
ela precisa de espaço
isso não cabe aqui
pra esse poema
não sonho grande
não me fará rico
nem falado entre
os pequenos burgueses de esquerda
os pequenos burgueses de esquerda
talvez me renda uns goles
num sarau tosco de praça
uma salva falsa de palmas
um par de pernas pra se enroscar
(um par de chifres nos córneos de alguem)
um maço de cigarros baratos
um quê de patético
e unusual
quem sabe
faça a pobre coitada voltar
lembrada que precisa dormir.
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