Insone
porque a madrugada
nunca foi hora de dormir,
mas de sonhar.
pra isso poesia!
sonho
é a caneta cativa
da mão livre
e liberdade
é viver sem rascunho.
e vida,
é o quê?
neguinho correndo descalço no morro
esquecendo a miséria
pra onde a pipa for.
nasce assim um poeta,
um neguinho,
o poeta.
poesia é
esquecer a miséria
em que tu foi
metido.
nasce assim identidade
de neguinho
de sonhador
de homem livre
vivo e triste.
um poeta nagô.
das vielas e ruas,
das universidades.
um poeta neguinho,
nas esquinas da verdade
inspirando a fina flor
que vive:
no neguinho que eu fui,
no poeta que tu és.
e que eu ainda sou.
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