quinta-feira, 5 de março de 2015

Um comunista

Caminho pelo Centro
não vou sem rumo.
anseio a luz da liberdade
e a cada esquina
um arrepio na pele,
e um vento frio no peito.
moro no coração rebelde
dos meus camaradas.
os muros vão caindo
enquanto passamos.
pernas, mastros e bandeiras vermelhas
se misturam ao clarão que se extingue
por trás da serra.
o anoitecer abre corações.
eu os invado.

os olhos me espelham a semelhança
de cada homem e mulher livre,
todos os ouvidos atentos na fala
de um comunista frágil
que para o tráfego,
desmonta o quebra cabeça de concreto,
interrompe as veias da cidade,
e faz o coração proletário bater.

depois segue em frente,
pois progredir
é a natureza do comunista,
mas a cada vez que caminha
pinta um canto da cidade
de vermelho.

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