Uma levada me leva pra longe no jazz
Grafites nos papéis, histórias na parede
Um cigarro, uma gaita, uma rede
E as ideias indo e vindo no inconsciente
Sigo consciente do vento que me brisa e me conserva
No espelho observo, reflito e verbalizo o "Ser poeta":
Uma metralhadora humana
Alvejando multidões,
Com versos e flores calando seus canhões
Acho que sou um rei num castelo triste
Ou o profeta mais perdido que existe
Uma criança que põe o dedo médio em riste
Ignora a ignorância desse mundo e resiste.
Alguns abrem o coração
Outros abrem a mente
Eu abro um buraco negro no chão e enterro as minhas correntes
Planto minhas sementes, rego com o que tenho dito
Minhas palavras têm pés, têm asas e sorrisos
O que sou eu além de canalizador do dom?
O que sou além de amplificador do som?
Entro e saio desse caos de Antônios e Antônias
Planto capsulas de fuzil, mas colho begônias
Sou o caos por trás da caneta
E estou perdido em mim mesmo
Nos meus versos me olho nos olhos sem usar espelho
Quero viver em confusão e poesia com alguém
Até que o papel se rasgue e as palavras digam amém.
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