segunda-feira, 23 de abril de 2012

Não há solidão na loucura

A lua me chama hoje, eu tento evitá-la. Me sinto vazio, sei que a noite não me completaria por mais que me seduza. Tenho a brisa como uma caricia, sinto uma umidade aqui e ali. Acho que é a noite a me beijar, mas continuo frio.
Falta alguma coisa... Alguma coisa no meu café,  ou no cigarro talvez. Alguma coisa que eu não sei o nome, mas que faz toda diferença, que dá todo o prazer. Eu poderia estar feliz, mas não estou. Eu poderia estar feliz, mas eu nem saberia se estivesse. Afinal nada muda no café e no cigarro. Nada muda numa noite de verão.
Ainda sim, a lua continua a me olhar com olhos grandes, implorando para que eu abra os meus e pare de olhar para dentro de mim mesmo.
Me recomponho. As sarjetas me sorriem. Elas parecem limpas hoje. Como num último sarcasmo alguém quer me dizer que eu estou louco mas não sabe como. Eu quero dizer que não estou, mas não sei a quem.
Preciso terminar isso antes que me olhe no espelho e não me reconheça. Antes que você me olhe e me enlouqueça me chamando para fugir daqui. Não vá embora - eu apenas digo. Preciso de você no meu manicômio.

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