de agarrar a liberdade
finalmente,
e simplesmente por fim
a minha dor.
tenho vontade
de andar pelo interior das mazelas
do meu povo,
e de ver cada rosto,
de ouvir cada história,
de chorar cada morte.
mas me ressalto,
e tanto medo tenho de ser livre,
e me libertando sozinho,
tornar-me só.
e me resigno,
pois sendo simples parte de mim
não pode ser simples o fim
da minha dor.
me desanimo,
no desalinho da minha vida,
pois caminho no interior de mim mesmo
e me perco.
tenho medo,
e tanto, tanto medo,
de ver um rosto e não lembrar,
de ouvir uma história e não viver,
de ver a morte e não chorar.
tenho medo
do álcool que me é
companhia perigosa
toda noite,
tenho medo do câncer,
que uma hora ou outra
me acometerá.
mas medo tenho,
acima de tudo,
de mim mesmo,
e da minha capacidade inútil
de ser livre
mas não saber
para onde ir.
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