terça-feira, 10 de junho de 2014

Por um dia azul universal que nunca acabe

Dias azuis precedem nuvens negras
Dias cinza nada querem dizer

O motor avança alto na avenida
Ao seu lado o progresso azul
A opulência, o arrojo
Os muros altos azuis
As paredes e as luzes através das janelas
Os vestidos das senhoritas
Os carrinhos de bebê
Até as calçadas, as árvores, os olhos
Dia azul, tudo azul.

A esquina funciona feito vírgula
Ou como o vento que trás as nuvens
Que tiram a graça do pique-nique
Que matam o sentido do riso.

A segunda parte da avenida
É um grande “porém” a primeira,

Do outro lado um rosto enrugado
Uma tempestade nos olhos
Obstinadamente frágil
A pele rija de frio é a pele negra
Suja de suor e poeira
Impregnada de si mesma
Em meio ao lixo cata latas
Velha, pobre, ostracionada
Nuvens negras, tudo escuro.

Eu meio a isso estou eu
Como deveria estar?
Com o pensamento em meu destino
Em meu progresso
Planejando um belo dia azul que nunca acabe
Eu deveria estar cinza
Mas não estou
Dias cinza nada têm a dizer.




Nenhum comentário:

Postar um comentário