segunda-feira, 25 de junho de 2012

3 acordes


Por que eu vivo de rimas
E não sei cantar livre
Me prendo sempre em analogias
Em frases quase infelizes

Trazendo sempre um peso
Em tudo o que eu posso descrever
E hoje tudo o que eu vejo
É o que eu não consegui ser

Vou devagar 
Destruo alguns versos no caminho
Me pego num clichê sozinho
Usual, trivial e pegajoso

Me vejo agarrado a 3 acordes
Limpos, conformáveis, confortáveis
Refrão-verso-refrão
Tenho nojo

Mas quando a lua uivar para você
Eu serei o garoto solitário de sempre
Eternamente mastigando a verdade
Cantando canções sobre saudade

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Nas sarjetas da Central (a miséria da poesia)

Que poesia há na sarjeta?
Das calçadas que você brota
Ao jardim em que floresce
Há muitas respostas entre mendigos e transeuntes

Nas sarjetas da Central do Brasil
Eu sou o lixo, eu sou a sombra, eu sou o pó
Eu sou a verdade que ninguém quis ver
No seu subconsciente eu sou você

Olhando para cima você nunca me verá
Pois no chão que você pisa eu deito
Mas saiba que o ciclo não termina em você
E que minha miséria, um dia, atingirá seu peito.



terça-feira, 19 de junho de 2012

Castanho

São tão grandes, tão curiosos,
Tão escuros, porém tão verdadeiros
Como um par de jóias raras,
Brilhantes e inquebráveis
Às vezes confusos, esguios,
Às vezes fiéis , fixos
Sempre intensos!

Me corta o coração vê-los molhados
E eu, que já os vi encharcados...
De dor e de saudade
Também já os vi quentes,
Flamejantes de amor ou de ódio
É um pecado deixa-los fechados

Como uma tempestade
Vêm e invade minha alma
Queimando-a por inteiro
Queimando-me vivo

Quando vai embora
O sol vai junto
Minha mente desliza por aí
Seus olhos já não olham para mim.


Atrás de você


O ambiente é quente
Como uma usina à vapor
As silhuetas dançam no horizonte
Onde você se esconde?

Durma bem,
Viva bem
Veja flores onde estiver
Ó meu bem!

Ao menos agora você pode ser você
Viva bem, é só querer
E agora sem você todos os dias
Nascer, dormir, morrer...

Abra os olhos e não me veja
Eu fecho os olhos e te canto
Parece tão perto mas já faz tanto tempo
Eu lamento, palheto forte, desencanto

Tire o seu jeans de baixo do seu allstar
E continue a caminhar
Indestrutível, irredutível
Impossível de amar

Viva bem
Eu bem sobrevivo
Durma bem,
Ó meu bem!