sexta-feira, 30 de julho de 2010

Campos de morangos eternos


Eu construí um mundo
E me fechei em suas muralhas
Nele tinha tudo o que me fazia feliz
Lá eu extingui minhas falhas

Minha crença foi criada lá também
E meus deuses reinventaram o que eu inventei
Eu era criador e me rendi à criação
E então reaprendi o que eu já sei.

Eu precisava dizer eu te amo para mim mesmo
Eu precisava parar de perder
Mas não queria ganhar de ninguém
Só queria convencer.

O que há de errado comigo?
Se o mundo não me entende a culpa é minha
Eu mudava toda vez que me sentia diferente
E mudava toda vez que me sentia igual

E não pensem mal, tentei sim mudar o mundo
Mas cansado de tentar... E errar, sonhei
Tudo chegou e tudo se foi e tudo chegou de novo
O sonho acabou mas eu não acordei

Me mantenho dentro do meu mundo
Adorando os meus deuses imaginários
Solitário em meus campos de morangos eternos
Deixo acontecer para sempre...

(Nome inspirado na obra de The Beatles, "Strawberry fields forever")

terça-feira, 27 de julho de 2010

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Não mintas, não firas (-se), não fujas, não perca (-se)
Não jogues (-se), não corras, não mate (-se), não morras
Não ame (-os), você não sabe odiá-los.

Irmão... Decida! Vai, fica
Compre, venda, troque, aprenda
Viva.. Mas por enquanto
Tenha cuidado!

Agora é a hora.

Cante! Ninguém está vendo.
Encante! Todos estão vendo.

Toque, sole, “drope”
Viaje e volte, mas não saia daqui,

Essa é a formula,
Não siga ela!

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segunda-feira, 19 de julho de 2010

Gasolina

A enorme aba do boné aponta o caminho.

Eu sigo, sozinho!
Alguém me diz um “eu também te amo”
Eu queria só um “você é legal”,
Mas que fosse no mínimo espontâneo.
Mais Gasolina. Eu queimo para fugir disso tudo.

Então escreva uma poesia diferente. Adicione versos à prosa uniforme. Use a crase, adicione gelo, açúcar, e beba... E esqueça. Tome gasolina, e fuja!

Gasolina, eu cai fora de você
Você caiu dentro de mim
Não, eu não estou bêbado
Aqui não há álcool, só você Gasolina

E quando você faltar
Eu queimarei meu sangue para cair fora disso
Ele durará só mais uma semana
Verei 7 sóis e 7 luas diferentes

7 dias e 7 noites inéditas
7 vezes direi seu nome: Gasolina
E quando vierem as lembranças, você virá logo depois
E eu queimarei você novamente.

Eu não vou ficar insano hoje
Eu não estou sóbrio, mas sei o que quero
Hoje eu quero 7 litros de gasolina aditivada

Para arrancar daqui com meu carro de fuga
Eu detesto caminhar, preciso de mais gasolina
Tocarei o chão com os pés nos próximos 7 quilômetros de loucura


fonte de imagens http://motorsa.com.br/wp-content/uploads/2009/09/fumaca_branca.jpg

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Novo estudo sobre a nação capitalista (sistema do cuspe)

É simples:

Você é cuspido para fora do pênis
E para dentro da vagina
Em nove meses é cuspido para fora da vagina
E para dentro da família
Logo é cuspido da família para a escola (ou para rua)
E então é cuspido para fora da escola
E para dentro do mercado de trabalho (você dificilmente é inserido nele)
Se você adoece ou não satisfaz
Aos desejos egocêntricos e às vezes sádicos do patrão
É cuspido para o olho da rua
As ruas te levam de volta para casa
Em casa o choro faminto da sua criança
Te cospe de volta para as ruas
Só que agora “bem preparado”
Você rouba uma vez para comprar feijão
E as circunstâncias te cospem para o submundo
E o submundo te cospe para o crime
Até que você é morto ou preso
E é cuspido num buraco úmido cheio de vermes
De qualquer forma (morto ou preso) você não tem nome
Pois cuspiram ele numa estatística
Estatística essa que devia ajudar
A cuspir para fora do país esse tipo de injustiça
Mas o que os políticos fazem?...

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Youth

O mundo foi frio comigo
Assim como é frio com todos
Natureza humana pura e plena

E eu que ainda escrevo sobre o amor
Sobre a saudade, a solidão
Enquanto o mundo corre, e eu sou deixado para trás

Está tudo certo, só eu não posso ver

Falo em revolta, em microfonia
Enquanto o mundo abafa o som
E ama seus computadores e televisores

Volto a falar em revolta, e em microfonia
Enquanto alguém amplifica um manifesto
Com uma voz de astúcia, jovem enfim

Nós somos o futuro, e somos deixados para trás

Mágico, lúdico, infame e sádico
Nova arte vendida pra a gente
Vendida a mentira, vestida de verdade

E aqui que ser jovem é usar a moda
Tenha estilo ou fique fora, te dizem entre os dentes
É infernal para quem enxerga, sociedade indecente

Enquanto eu, falo em revolta e em microfonia insistentemente.


fonte de imagens http://india.targetgenx.com/files/2007/09/indian_youth.jpg