quinta-feira, 29 de abril de 2010

Vandalismos comigo mesmo, meia noite de outono

Lua cheia,
Noite clara,
Azul marinho,
Vista rara,
Vento frio
de outono
me traz o tédio,
abandono.

Minhas regras e
suas pernas
não se embolam,
não se cruzam
na minha cama
solidão,
Ilusão.

Suas coxas
me instigam
mesmo hoje
eu as devoro
A tanto tempo
não as vejo,
não as toco,
não as beijo.

Saio louco
Me confundo,
Me destruo,
Reconstruo
Em minha arte
de profanar paredes
Em meu vício
de desintegrar a limpeza

Veja só,
Aqui há nomes
Que só você entende
Me compreende
Me completa
Mais uma vez
Pois os muros
da cidade
contam a história
de nós dois
ou só a minha
Pois a sua
já se foi.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Um acaso

Um dia desses, revirando coisas velhas, vivendo sonhos empilhados e empoeirados pelo tempo, achei dois velhos poemas. Um deles, se não me engano é meu primeiro poema (pelo menos que pode ser assim chamado). Não é tão bom mas por uma questão sentimental foi postado.

Algumas últimas palavras

Tento escrever algo esta tarde
Mas o frio não me deixa dizer o que resta
No anel que tu me deste a saudade
Dos braços, os abraços que me tiram as frestas

Os pensamentos frios ou congelados,
As idéias cruas e tristes
Lembram o calor dos teus braços
Lembranças de inverno que insistem.

Por tudo que tu me deste,
Lembro-me muito agora
De tudo que me tiraste,
Me sinto mais vivo agora.

A má lembrança agora voa,
Sinto o frio ir embora,
Lágrimas secas, memórias boas,
Parou de chover lá fora.

Beleza


O que mais é tão belo?

Mesmo após essa vida

Mesmo depois de conhecer o mundo

E amar, e sofrer, e saber...

É bela sim,

E como pode ser?



Para começar

Tens o sorriso que diz sim

No idioma de onde nada é proibido

E traz nos olhos o brilho

Que ilumina, revigora,

Que apaixona,

É o brilho de quem ama,

Ama vida,

E recebe o mundo com amor.



Tens o abraço,

Tens o beijo em mel,

Ou seria o sabor do céu,

Que eu nunca havia provado.

Contigo não há passado,

Há presente sim,

E não se pensa no futuro,

Com o futuro se sonha.



Beleza,

Fui mesquinho e superficial,

Tua beleza física merece nota sim,

Porém maior é tua beleza espiritual,

Tua presença espirituosa,

Teu carinho divinal.



Como posso ignorar

Tua nobre consciência,

Uma mistura rara

De personalidade forte e bom-senso,

Tua essência.



És linda, és boa,

Não posso descrever

Nem mesmo Fernando Pessoa,

Ou qualquer outro imortal literário,

Palavras têm valor ordinário,

Frente aos muitos significados

Que eu dou ao teu nome.

Amor,

Felicidade,

Paz,

Sedução e Poesia,

Me cega e contagia

Ofuscando teus defeitos,

E eu perdido e apaixonado

Nos teus delitos que não vejo,

Na ânsia de te ver

Sem hora,

Sem dia.

sábado, 17 de abril de 2010

Palavras, vida, morte e crença

As palavras são tão tristes,
Os sonhos já são pesados,
Mas eu me mantenho unido
Mesmo estando aos pedaços.

Há dificuldade em escrever
E as idéias teimam em fugir.
Sou insensível, sou frio,
Mas há sentimentos aqui.

Há papel, caneta e coração partido,
Há um corpo enterrado e um sonho perdido,
Momentos ruins vividos,
Nomes e amores esquecidos.

Tentando chorar, não podendo sorrir,
Seguindo em frente em fim,
Alma seca, garganta fechada,
Memória amassada, picotada.

Não se briga com a morte, agora eu sei,
Nem se brinca com a vida também
A paz é o equilíbrio entre os mortos e os vivos
Pai, você sempre viverá comigo.

Agora há corações espalhados no chão,
Há um céu cinzento chuviscando solidão,
Flores brancas ornamentando um caixão,
E reações alérgicas nas mãos.

As melhores pessoas não mudam o mundo
Pois Deus as leva para perto de Si.
É uma forma de reafirmar a ideia do céu
E mexer com o coração dos ímpios que ficam aqui.